terça-feira, 22 de julho de 2014

Conheça o gato Doméstico

Gato.

gato (Felis silvestris catus), também conhecido como gato caseirogato urbano ou gato doméstico, é um animal da Família dos felídeos, muito popular como animal de estimação. Ocupando o topo da cadeia alimentar, é um predadornatural de diversos animais, como roedores, pássaros, lagartixas e alguns insetos.
Existem cerca de 250 raças de gato-doméstico, cujo peso variável classifica a espécie como animal doméstico de pequeno a médio porte. Assim como cães com estas dimensões, vive entre quinze e vinte anos. De personalidade independente, tornou-se um animal de companhia em diversos lares ao redor do mundo, para pessoas dos mais variados estilos de vida. Na cultura humana, figura da mitologiaàs superstições, passando por personagens de desenhos animados, tiras de jornais, filmes e contos de fadas. Entre suas mais conhecidas representações, estão os gatos: Tom, Frajola, Manda-Chuva, Gato Félix, Gaturro, O Gato de Botas e Garfield.

Taxonomia

O gato doméstico foi denominado Felis catus por Carolus Linnaeus na sua obra Systema Naturae, de 1798. Johann Christian Daniel von Schreber chamou de Felis silvestris, o gato selvagem em 1775. Desse modo, os gatos caseiros são considerados uma das sub-espécies do gato selvagem. Não é incomum, aliás, o cruzamento entre gatos domésticos e selvagens, formando espécimes híbridos.
Pelas regras de prioridade do Código Internacional de Nomenclatura Zoológica, o nome das espécies domésticas deveria ser Felis catus. No entanto, na prática, a maioria dos biólogos utilizam Felis silvestris para as espécies selvagens e Felis catus somente para as formas domesticadas. Na opinião n.º 2027, publicada no Volume 60 (Parte I) do Bulletin of Zoological Nomenclature (31 de março de 2003), a Comissão Internacional de Nomenclatura Zoológica confirmou a utilização de Felis silvestris para denominar o gato selvagem e Felis silvestris catus para as sub-espécies domesticadas.Felis catus segue sendo válido para a forma domesticada, se esta for considerada uma espécie separada.
Johann Christian Polycarp Erxleben denominou o gato doméstico de Felis domesticus em suas obras Anfangsgründe der Naturlehre e Systema regni animalis, de 1777Felis catus domesticus e Felis silvestris domesticus não são nomes científicos válidos segundo as regras do Código Internacional de 

História e domesticação

 Os gatos domésticos atuais são uma adaptação evolutiva dos gatos selvagens. Cruzamentos entre diferentes espécimes os tornaram menores e menos agressivos aos humanos. Os gatos foram domesticados primeiramente no Oriente Médio nas primeiras vilas agriculturais do Crescente Fértil.  Os sinais mais antigos de associação entre homens e gatos datam de 9 500 anos atrás e foram encontrados na ilha de Chipre.
Quando as populações humanas deixaram de ser nômades, a vida das pessoas passou a depender substancialmente da agricultura. A produção e armazenamento de cereais, porém, acabou por atrair roedores. Foi nesse momento que os gatos vieram a fazer parte do cotidiano do ser humano. Por possuírem um forte instinto caçador, esses animais espontaneamente passaram a viver nas cidades e exerciam uma importante função na sociedade: eliminar os ratos e camundongos, que invadiam ossilos de cereais e outros lugares onde eram armazenados os alimentos.

Registros encontrados no Egito, como gravuras, pinturas e estátuas de gatos, indicam que a relação desse animal com os egípcios data de pelo menos 5 000 anos. Elementos encontradas em escavações indicam que, nessa época, os gatos eram venerados e considerados animais sagrados. Bastet (Bast ou Fastet), a deusa da fertilidade e da felicidade, considerada benfeitora e protetora do homem, era representada na forma de uma mulher com a cabeça de um gato e frequentemente figurava acompanhada de vários outros gatos em seu entorno.
Na verdade, o amor dos egípcios por esse animal era tão intenso que havia leis proibindo que os gatos fossem "exportados". Qualquer viajante que fosse encontrado traficando um gato era punido com a pena de morte. Quem matasse um gato era punido da mesma forma e, em caso de morte natural do animal, seus donos deveriam usar trajes de luto.
Não tardou para que alguns animais fossem clandestinamente transportados para outros territórios, fazendo com que a popularidade dos gatos aumentasse. Ao chegarem à Pérsia antiga, também passaram a ser venerados e havia a crença de que, quando maltratados, corria-se o risco de estar maltratando um espírito amigo, criado especialmente para fazer companhia ao homem durante sua passagem na Terra. Desse modo, ao prejudicar um gato, o homem estaria atingindo a si próprio.
Devido ao fato de serem exímios caçadores e auxiliarem no controle de pragas, por muitos séculos os gatos tiveram uma posição privilegiada na Europa cristã. Porém, no início da Idade Média, a situação mudou: gatos foram acusados de estarem associados a maus espíritos e, por isso, muitas vezes foram queimados juntamente com as pessoas acusadas de bruxaria. Até hoje, ainda existe o preconceito de que as bruxas têm um gato preto de estimação, sendo esse animal associado aos mais diversos tipos de sortilégios; dependendo da região, porém, podem ser considerados animais que trazem boa sorte. É muito comum ouvir histórias de sorte e azar associadas aos animais dessa cor.
Ao fim da Idade Média, a aceitação dos gatos nas residências teve um novo impulso, fenômeno que também se estendeu às embarcações, onde os navegadores os mantinham como mascotes. Conhecidos como gatos de navios, esses animais assumiam também a função de controlar a população de roedores a bordo da embarcação. Com o passar do tempo, muitos gatos passaram a ser considerados animais de luxo, ganhando uma boa posição do ponto de vista social, sendo até utilizados como "acessórios" em eventos sociais pelas damas. Nessa época, o gato começou a passar por melhoramentos genéticos para exposições, começando assim a criação de raças puras, com pedigree. Uma das primeiras raças criadas para essa finalidade foi a persa, que ficou conhecida após sua introdução no continente europeu, realizada pelo viajante italiano Pietro Della Valle.
A primeira grande exposição de gatos aconteceu em 1871, em Londres. A partir desse momento, o interesse em se expor gatos desenvolvidos dentro de certos padrões propagou-se por toda a Europa.8
Atualmente, os gatos são animais bastante populares, servindo ao homem como um bom animal de companhia, e ainda continuam sendo utilizados por agricultores e navegadores de diversos países como um meio barato de se controlar a população de determinados roedores. Devido ao fato de sua domesticação ser relativamente recente, quando necessário convertem-se facilmente à vida selvagem, passando a viver em ambientes silvestres, onde formam pequenas colônias e caçam em conjunto.

Características.

Os gatos, geralmente, pesam entre 2,5 e 7 kg; entretanto, alguns exemplares, como o Maine Coon, podem exceder os 12 kg. Já foram registrados exemplares com peso superior a 20 kg, devido ao excesso de alimentação.
Em cativeiro, os gatos vivem tipicamente de 15 a 20 anos, porém o exemplar mais velho já registado viveu até aos 38 anos. Os gatos domésticos têm a expectativa de vida aumentada quando não saem pelas ruas, pois isso reduz o risco de ferimentos ocasionados por brigas e acidentes. A castraçãotambém aumenta significativamente a expectativa de vida desses animais, uma vez que reduz o interesse do animal por fugas noturnas e também o risco de incidência de câncer detestículos e ovários.
Gatos selvagens que vivem em ambientes urbanos têm expectativa de vida reduzida. Gatos selvagens mantidos em colônias tendem a viver muito mais. O Fundo Britânico de Ação para Gatos (British Cat Action Trust ) relatou a existência de uma gata selvagem com cerca de 19 anos de idade.
Os gatos possuem trinta e dois músculos na orelha, o que lhes permite ter um tipo de audição direcional, movendo cada orelha independentemente da outra. Assim, um gato pode mover o corpo numa direção, enquanto move as orelhas para outro lado. A maioria dos gatos possui pavilhões auditivos orientados para cima. Diferentemente dos cães, gatos com orelhas dobradiças são extremamente raros. Os Scottish Folds são uma das exceções a essa regra, devida a uma série de mutações genéticas. Quando irritados ou assustados, os gatos repuxam os músculos das orelhas, o que faz com que elas se inclinem para trás.
O método de conservação de energia dos gatos compreende dormir acima da média da maioria dos animais, sobretudo à medida que envelhecem. A duração do período de sono varia entre 12–16 horas, sendo de 13–14 horas o valor médio. Alguns espécimes, contudo, podem chegar a dormir 20 horas num período de 24 horas.
A temperatura normal do corpo desses animais varia entre 38 e 39 °C. O animal é considerado febril quando tem a temperatura superior a 39,5 °C, e hipotérmico quando está abaixo de 37,5 °C. Comparativamente, os seres humanos têm temperatura normal em torno de 37 °C. A pulsação do coração desses pequenos mamíferos vai de 140 a 220 batidas por minuto e depende muito do estado de excitação do animal. Em repouso, a média da frequência cardíaca fica entre 150 e 180 bpm.
Um adágio popular diz que os gatos caem sempre de pé. Durante a queda, o gato consegue, por instinto, girar o corpo e prepará-lo para aterrar em pé graças ao sentido agudo de equilíbrio e flexibilidade. Um gato precisa de aproximadamente 90 centímetros para se virar. Mesmo os gatos sem cauda como grande parte dos indivíduos da sub-espécie Gato manês da Ilha de Man têm esta habilidade, pois o gato usa principalmente as patas traseiras e depende da conservação do momento angular para endireitar o corpo.
Assim como a maioria das espécies de mamíferos, os gatos são capazes de nadar. No entanto, somente o fazem quando extremamente necessário, como em caso de queda acidental na água.
Assim como os cães, os gatos são digitígrados: andam diretamente sobre os dedos; os ossos das suas patas compõem a parte mais baixa da porção visível das pernas. São capazes de passos precisos, colocando cada pata diretamente sobre a pegada deixada pela anterior, minimizando o ruído e os trilhos visíveis.

Alimentação

Os gatos, como caçadores, alimentam-se de insetos, pequenas aves e roedores. Os gatos não-domesticados, abandonados e sem dono, ou gatos domesticados que se alimentem livremente, consomem entre 8 a 16 refeições por dia. Apesar disso, os animais adultos podem adaptar-se a apenas uma refeição por dia. Biologicamente, os gatos são classificados como animais carnívoros, tendo a sua fisiologia orientada para a eficiência no processamento de carne, com consequente ausência de processos eficientes para a digestão de vegetais.
Os gatos não produzem a sua própria taurina (um ácido orgânico essencial). Como essa substância está presente no tecido muscular dos animais, o gato precisa se alimentar de carne para sobreviver. Assim, os gatos apresentam dentição e aparelho digestivo especializado para processamento de carne. O intestino diminuiu de extensão ao longo da evolução para ficar apenas com os segmentos que melhor processam as proteínas e gorduras de origem animal. O aparelho digestivo limita seriamente a capacidade dos gatos de digerir, metabolizar e absorver nutrientes de origem vegetal, bem como certos ácidos graxos.
A taurina é rara em plantas, mas relativamente abundante nos tecidos dos animais, sendo um aminoácido de grande importância para a saúde dos olhos dos gatos, de modo que a deficiência dessa substância pode causar uma degeneração macular, na qual a retina sofre destruição lenta e gradual, podendo causar uma cegueira irreversível no animal.
Apesar da fisiologia do gato ser essencialmente orientada para o consumo de carne, é comum que os gatos complementem a sua dieta carnívora com a ingestão de pequenas quantidades de ervas, folhas, plantas domésticas ou outros elementos de origem vegetal. Uma teoria sugere que este comportamento ajuda os gatos a regurgitar em caso de difícil digestão; outra teoria aponta que ingerir pequenas doses de vegetais fornece fibras e minerais diversos, não presentes em uma dieta exclusivamente carnívora. Neste contexto, é necessária prudência aos donos dos gatos porque algumas plantas podem ser venenosas para os animais. As folhas de algumas espécies de lírios podem causar dano nos rins, que pode mesmo ser fatal; também as plantas do gênero Philodendron são venenosas para os gatos. Outro exemplo é o do abacateiro, do qual algumas partes são tóxicas, mas cujo fruto (exceto o caroço) é um ingrediente em várias marcas de comida para gatos.
Os gatos são bastante seletivos em sua alimentação, o que pode ser decorrente, pelo menos em parte, da mutação que causou à espécie a perda da capacidade de detectar o sabor doce nos alimentos. Apesar de exigentes, precisam alimentar-se constantemente, pois, de modo geral, não toleram mais de 36 horas de jejum sem que os seus rins sofram algum risco de dano.
O gato exibe alguma preferência pela planta designada por nepeta, popularmente conhecida como erva-dos-gatos,   oucatnip. Muitos gatos gostam de comer esta planta, que tem efeitos diversos no seu comportamento, enquanto outros apenas rastejam sobre esse vegetal e brincam com suas folhas e flores. Os gatos também podem sofrer de distúrbios alimentares diversos. Alguns contraem uma doença chamada pica, que consiste em um transtorno que os impele a mastigar objetos alheios a sua dieta, tais como terra, plástico, papel, lã, carvão e outros materiais, o que pode ser perigoso para a sua própria sobrevivência, dependendo da toxicidade desses materiais.
O meio de alimentação mais recomendado para os gatos domésticos é o consumo livre, ou seja, deve-se procurar deixar o alimento à vontade para o animal ao longo do dia. Essa prática tem a vantagem de diminuir o pH da urina, evitando, desse modo, a formação de cálculos renais. No entanto, alguns veterinários costumam recomendar que o dono controle a quantidade de alimento ingerida, oferecendo ao gato porções limitadas, visando evitar que o animal fique com sobre peso.
O instinto para caçar é muito forte no gato. Mesmo sendo bem alimentado, pode tentar caçar algum pequeno animal, seja para comer ou por desporto.
Quando domesticados, é recomendado dar ração seca e úmida. Como são animais de deserto, costumam beber pouca água, a ração úmida permite-lhes ingerir água, sem a beber. A seca pode ser mais conveniente, mas obriga o animal a ingerir mais água, por outro lado, ração seca costuma ter cereais, o que não é muito natural para o gato.

Comportamento

O temperamento dos filhotes varia conforme a ninhada e a socialização. Os gatos de pelo curto tendem a ser mais magros e fisicamente mais ativos, enquanto os gatos de pelo comprido tendem a ser mais pesados e letárgicos. Entretanto, a maioria dos gatos partilha um mesmo comportamento: são extremamente curiosos. Não é por acaso que existe um dito popular que diz "A curiosidade matou o gato". Quando abandonados em áreas remotas, distante da sociedade humana, filhotes de gatos podem converter-se ao meio de vida selvagem, passando a caçar pequenos animais para sobreviver. A expectativa de vida de um gato de rua é de apenas três anos. Já um gato que seja cuidado por humanos pode superar os 20 anos de idade. O gato no estado selvagem é um animal muito social, chegando a estabelecer colônias mais ou menos hierarquizadas. Possui um instinto natural de caça. Mesmo quando domesticados, os machos tendem a marcar o seu território com urina. Os gatos possuem um cérebro bastante evoluído, sendo capazes de sentir emoções. Podem sofrer diversos distúrbios psicológicos, tais com o estresse e depressão. Assim como um ser humano, quando estressados, tendem a ter um comportamento neurótico.

Esses animais costumam copular somente quando a fêmea entra no cio. Este pode ocorrer várias vezes ao longo de um ano e dura aproximadamente uma semana. O macho procura cercar a fêmea, que tenta resistir ao máximo à cópula. Se o macho é hábil, ele conseguirá mordê-la na parte posterior do pescoço, imobilizando-a. Até conseguir isso, é comum que os dois soltem miados altos, diferentes do miado usual. A penetração é dolorosa. A cópula estimula o início do processo de ovulação das fêmeas: elas têm sensores nervosos que, com a dor, ativam o processo. Desse modo, poucos óvulos são perdidos.
Sua velhice ocorre de forma abrupta, não sendo gradual como a humana. Dura aproximadamente um ano e finda com a morte. É possível que o gato tenha doenças típicas da idade avançada, como catarata e perda olfativa. Nesta fase, o animal geralmente dorme durante todo o dia, mostrando extremo cansaço e fraqueza muscular.
As fêmeas apresentam um temperamento variável: podem simular ignorar seu dono, dar atenção a ele ou ronronar. O comportamento dos gatos depende de cada indivíduo, do momento do dia e até mesmo das condições climáticas. Enquanto um felino pode ser muito sociável, o outro pode ser completamente arisco. Alguns gatos ficam agitados e aversos ao contato com humanos à noite. Ainda é possível observar que alguns desses animais ficam agitados quando uma tempestade está por vir, outros adotam uma posição defensiva, em que ficam deitados com as patas recolhidas, aguardando o início da chuva. Em algumas ocasiões, um gato filhote pode apresentar variações de energia, ficando algumas vezes mais calmo, outras mais agitado. Gatos adultos mantêm-se calmos por mais tempo que gatos pequenos, por serem maiores e mais pesados.

Higiene

Os gatos são animais muito higiênicos, sendo que passam muitas horas por dia cuidando da limpeza de seus pelos. Para isso, utilizam a superfície áspera de suas línguas para remover partículas de pó e sujeira. Devido ao modo que tratam da sua higiene, lambendo-se e ingerindo muito pelos, os gatos eventualmente regurgitam esse material na forma de pequenas bolas contendo suco gástrico e material piloso. Outro aspecto característico da higiene desses felinos é o fato dele enterrar a sua urina e fezes, evitando assim que o cheiro denuncie sua presença a uma possível presa ou predador. Com isso, quando o gato é criado em locais sem a presença de solo exposto, há a necessidade de se manter uma caixa comareia sanitária à sua disposição, sendo que instintivamente ele irá utilizá-la para o descarte de seus resíduos fisiológicos. Alguns fabricantes disponibilizam areias perfumadas para eliminar o cheiro forte que suas fezes poderiam deixar em um ambiente fechado (casas e apartamentos). No entanto, o que pode ser bom para humanos não é para o animal. Absorvente sem perfume e natural é o mais recomendado.

Ciclo biológico

Reprodução

O gato apresenta vários ciclos reprodutivos ao longo do ano, que podem durar de 4 a 7 dias. Durante esse período, as gatas miam mais frequentemente e vários gatos podem lutar por uma mesma fêmea no cio; o vencedor ganha o direito de copular. Ainda que a fêmea, a princípio, rechace a relação sexual, ela acaba aceitando o macho. Depois da cópula, a fêmea se limpa e pode ficar muito violenta até que termine todo o ato do acasalamento, uma vez que o ciclo se repita. As gatas podem ter cada óvulo fecundado por um macho diferente, tendo assim, na mesma ninhada, filhotes de pais diferentes.
As gatas alcançam a maturidade sexual entre 4 a 10 meses de idade, e os gatos entre 5 a 7 meses após o nascimento. A gestação dura de 63 a 65 dias, aproximadamente e pode gerar de um a oito filhotes. Os recém-nascidos devem manter-se com a mãe por 60 dias, já que então o gatinho já terá recebido os nutrientes necessários. Separá-los antes desse período seria um erro, devido à possibilidade de que eles morram por falta de alimentação adequada. Pode-se esterilizar os gatos, procedimento normalmente realizado em machos antes que eles comecem a marcar território; isto deve evitar que eles perpetuem esse comportamento ao longo de suas vidas.

Características genéticas

O gato apresenta 38 cromossomos e são conhecidas cerca de 200 patologias associadas, muitas delas comuns aos seres humanos. O projeto "Genoma do Gato", do Laboratory of Genomic Diversity, pretende descobrir seu genoma.
Existe uma crença de que os gatos brancos de olhos azuis são surdos, a não ser que tenham um olho de cada cor, característica conhecida por heterocromia, cujos portadores são denominados gatos de olhos ímpar. Isto está certo em parte, já que há uma maior probabilidade de gatos com essas características físicas serem também surdos, mas este fato não é determinante.
A cor branca do gato se deve à ausência de melanina em sua pele e pelos. Há quatro modos de um gato ser da coloração branca "sólida": ser homozigótico para o alelo ca (albino de olhos azuis); ser homozigótico para o alelo c (que é albino de olhos vermelhos); ser homozigótico para o alelo S (mancha branca); ou possuir o alelo w (do gene branco dominante) no seu cariótipo.
O gene da surdez é próprio dos gatos brancos, chama-se alelo w, e é o causador da coloração branca e da surdez nos gatos. Nem todos os gatos brancos são surdos, só o são os que apresentam o tal gene. O gene w faz com que o gato seja branco, ainda que seus genes digam que ele é um gato escuro; este gene tem a peculiaridade de "mascarar" o resto das colorações para fazê-los brancos. Além disso, estes gatos só tem os olhos azuis ou verdes. Outra característica genética é o fato de, em alguns animais, os dentes caninos da mandíbula inferior serem proeminentes, semelhantemente ao observado nos fósseis do tigre-dentes-de-sabre.

Pelagem

Em respeito às cores, os gatos podem ter uma única coloração, como os completamente brancos ou pretos, que só tem pelos contrastantes soltos em algumas partes do corpo. Também podem ter duas cores, como o branco e preto (típico gato-vaca), branco e laranja, pardo e branco, ou cinza e branco. Podem possuir um padrão de cores tigrado em laranja, pardo e branco; em tons cinza e alaranjados (gatos romanos), com o pelo de uma só cor em toda a sua extensão ou de dois tipos de cores (as extremidades diferentes do resto do corpo). Também podem ter um padrão de cor siamês com cores mais escuras na face, rabo, patas e orelhas. Outro tipo de coloração é a tricolor, como, por exemplo, branco, laranja e preto. As gatas costumam ter os pelos mais lustrosos e brilhantes do que os machos, em contra partida elas costumam soltar mais pelos do que os gatos, principalmente nos períodos do início do cio. Os gatos tricolores ou de até quatro cores são normalmente fêmeas; quando são machos, são estéreis. Em contrapartida, os gatos romanos laranjas são em sua maioria machos, porém é possível deparar-se com fêmeas. O tipo de pelo vai desde o muito curto (como o Sphynx, cujo pelo é quase invisível), o encaracolado (no caso do Devon rex), o pelo curto normal com uma cor somente ou com pontas de outras cor, o pelo semi-longo, até o pelo mais longo procedentes das cruzas com o Bosque da Noruega, persa ou qualquer outra raça de pelo longo.

Sentidos

Muitos zoólogos acreditam que os gatos são os mais sensitivos dos mamíferos.[carece de fontes] Enquanto seu olfato e audição podem não ser tão aguçados quanto os dos cães, a visão altamente apurada, audição e olfato sobre-humanos, combinados com o paladar e sensores táteis altamente desenvolvidos, corroboram com esta hipótese.

Visão

Medir e classificar os sentidos dos animais pode ser difícil, principalmente por que não existem meios explícitos de comunicação entre o objeto do teste e o examinador. Entretanto, testes indicam que a visão aguçada dos gatos é largamente superior no período noturno em comparação aos humanos, mas menos eficaz durante o dia. Os olhos dos gatos possuem o tapetum lucidum, uma membrana posicionada dentro do globo ocular que reste estimula a retina ao refletir a luz na cavidade. Enquanto este artifício melhora a visão noturna, parece reduzir a acuidade visual na presença de luz abundante. Quando há muita luminosidade, a pupila em formato de fenda fecha-se o máximo possível, para reduzir a quantidade de luz a atingir a retina, o que também resguarda a noção de profundidade. O tapetum e outros mecanismos dão aos gatos um limiar de detecção de luminosidade sete vezes menor que a dos humanos.
Os gatos têm, em média, campo visual com abertura estimada em 200°, contra 180° dos humanos, com sobreposição binocular mais estreita que a dos humanos. Como em muitos predadores, os olhos ficam posicionados na parte frontal da cabeça do animal, ampliando a noção de profundidade em detrimento da largura do campo de visão.
O campo de visão depende principalmente do posicionamento dos olhos, mas também pode estar relacionada com a construção dos olhos. Ao invés da fóvea, que dá aos humanos excelente visão central, os gatos têm uma faixa central marcando a intersecção binocular. Aparentemente, os gatos conseguem diferenciar cores, especialmente à curta distância, mas sem sutileza apreciável, em termos humanos. Os gatos também possuem uma terceira membrana protetora dos olhos, a membrana de nictação, que é o ato de fechar os olhos instintivamente na presença de luz intensa. Essa membrana fecha parcialmente quando o animal está doente. Se o gato mostra frequentemente essa terceira pálpebra, é um indicativo de doença.
Os gatos não conseguem ver a menos de 20 cm de distância, daí levarem a boca à comida, confiando no olfato.Possuem um ponto cego logo abaixo do nariz.

Audição

Os seres humanos e os gatos têm limites similares de audição em baixa frequência, que devem rondar os 20 Hz. Já na escala de alta frequência, os gatos têm ampla vantagem, alcançando os 60 kHz, superando até mesmo os cães. Os gatos podem ouvir até duas oitavas acima dos humanos (20 kHz) e meia oitava além dos cães. Quando detectam um som, as orelhas do gato imediatamente voltam-se para o ruído. Os gatos podem precisar com margem de erro de 7,5 cm a localização de uma fonte sonora a um metro de distância.
Trinta e dois músculos individuais na orelha os permitem ouvir direcionalmente. Os gatos podem mover uma orelha independentemente da outra. Diferentemente dos humanos, os gatos têm sua orelha coberta interna e externamente por pelos. Quando está enojado ou atemorizado, o gato instintivamente abaixa as orelhas para trás da cabeça, cobrindo seus canais auditivos. Juntamente com esta ação, arrepia seus pêlos, coloca as garras para fora e emite um som ameaçador com a boca, deixando os dentes à mostra.

Tato

Os gatos geralmente apresentam uma dúzia de vibrissas, dispostas em quatro fileiras sobre os lábios superiores, as vibrissas dessa região em particular são comumente chamadas coletivamente de bigode, alguns nas bochechas, tufos sobre os olhos e no queixo. Os Sphynx - gatos quase sem pelos - podem ter bigodes normais, curtos ou nem sequer apresentá-los. Os bigodes auxiliam na navegação e tato. Podem detectar pequenas variações nas correntes de ar, possibilitando ao gato descobrir obstruções sem vê-las, facilitando o deslocamento na penumbra. As fileiras mais elevadas dos bigodes movem-se independentemente das inferiores para medições ainda mais precisas.
Especula-se que os gatos podem preferir guiar-se pelos bigodes especializados que dilatar as pupilas na totalidade, o que reduz a habilidade de focar objetos próximos. Esses pelos também alcançam aproximadamente a mesma largura do corpo do bicho, permitindo-o julgar se cabe em determinados espaços.
O posicionamento dos bigodes é um bom indicador do humor do felino: apontados para frente, indicam curiosidade e tranquilidade; colados ao rosto, indicam que o gato assumiu uma postura defensiva e agressiva. Recentes estudos de fotografias infravermelhas de gatos caçando demonstram que eles também utilizam seus bigodes para determinar se a presa mordida já está morta. Observa-se nas fotos que, ao aplicar a mordida fatal à vítima e posteriormente a manter apertada entre as mandíbulas, seus bigodes "abraçam" ou rodeiam completamente o corpo da presa para detectar uma possível mínima vibração como sinal de que a caça ainda possa estar com vida. Crê-se que este fenômeno é usado para proteger o próprio corpo do felino, porque muitas de suas vítimas, como os ratos, ainda podem mordê-lo e/ou lesioná-lo, se o predador as leva à boca quando ainda estão  com vida.

Paladar

Uma curiosidade sobre o paladar dos gatos é que, de acordo com a edição norte-americana da National Geographic (de 8 de dezembro de 2005), eles não são capazes de saborear o doce, por falta de receptores desse tipo. Alguns cientistas acreditam que isso se deve à dieta dos gatos incluir quase que exclusivamente alimentos ricos em proteínas, embora seja incerto se essa é a causa ou o resultado dessa falta de células adaptadas.
Entretanto, através da observação de gatos domésticos, percebe-se que, uma vez que sejam oferecidos doces, eles parecem gostar, embora não seja saudável deixá-los comer tais guloseimas, pois podem causar excessiva fermentação dentro do aparelho digestivo, gerando gases e cólicas desconfortáveis no animal. Ainda que não reconheçam o gosto doce, esses animais apresentam grande sensibilidade aos sabores ácidos, salgados e amargos, o que os torna animais muito exigentes quanto ao paladar dos alimentos que lhes são oferecidos, podendo recusar a refeição fornecida, caso notem algo de errado em seu sabor.

Olfato

Um gato doméstico possui o olfato 14 vezes mais potente e duas vezes mais células receptoras que os humanos, portanto, podendo sentir odores dos quais um ser humano nem sequer registra. Além disso, os gatos possuem um órgão sensorial no céu da boca chamado vomeronasal ou órgão de Jacobson, que atua como um órgão olfatorial auxiliar. Quando o gato franze a face, baixando a mandíbula e expondo parte da língua, está abrindo a passagem de ar para o vomeronasal. Esse olfato apurado faz com que os gatos tenham um paladar também muito apurado, o que os torna extremamente exigentes em relação à comida, de modo que raramente aceitem restos da alimentação dos humanos.

Envelhecimento

Ainda que apresentem poucos sinais externos decorrentes do envelhecimento, com o avanço da idade, os gatos apresentam mudanças fisiológicas significativas que afetam seu metabolismo, tornando-os mais suscetíveis e vulneráveis aos ataques de diversas doenças, como problemas na pele, olhos, ouvidos, olfato e paladar. Podem também apresentar fragilidade nos ossos e desenvolver tumores e cânceres. Normalmente, os indivíduos mais idosos apresentam letargia, diminuição do apetite e emagrecimento, culminando na insuficiência de órgãos vitais como rins, fígado e coração, o que pode levar o animal ao óbito.
Os gatos que vivem sob cuidados de humanos podem viver mais de 20 anos. Para que atinjam tal idade, é recomendado que a partir dos oito anos de idade, esses animais sejam submetidos a um tratamento diferenciado, envolvendo alimentação diferenciada, consultas veterinárias e exames de saúde regulares. Cuidados gerais devem ser intensificados nessa fase, sobretudo o asseio com os dentes, que devem ser limpos e inspecionados semanalmente. Os olhos e ouvidos também devem ser focos de cuidados especiais, pois esses órgãos vão, aos poucos, tornando-se menos eficazes. Se o gato estiver com a sua visão prejudicada, deve-se evitar a mudança da localização dos seus pertences, como cama, caixa de areia e vasilhas de água e comida, pois o animal poderá continuar utilizando esses itens, desde que esteja acostumado ao local onde normalmente estão instalados. Quanto à alimentação, deve-se estimular um aumento no número de refeições, pois o gato passará a ter menos apetite e, consequentemente, comer em menores porções.
Devido a redução na quantidade de alimentos ingeridos e às mudanças fisiológicas decorrentes da idade mais avançada, o nível de energia disponível diminuirá e o animal não terá mais tanta disposição para brincadeiras. No entanto, sabe-se que gatos idosos apreciam a companhia dos humanos, devendo ser tratados com a mesma alegria, dedicação e carinho dispensados em sua fase juvenil.

Comunicação

 miado é o som típico que caracteriza o gato. É transcrito onomatopeicamente como "miau" em português (em diversas outras línguas apresenta grafia semelhante, como "meow", "miaow", "maw", etc.)
Diferentemente do ronronar, o miado possui um som mais agudo e audível a uma grande distância. A pronúncia desta chamada varia significativamente, dependendo de seu propósito. Usualmente, o gato vocaliza indicando sofrimento, solicitando atenção humana (por exemplo, para ser alimentado), ou como uma saudação. Alguns vocalizam excessivamente, enquanto que outros raramente miam. Dependendo da raça, são capazes de emitir cerca de 100 tipos de vocalizações diferentes, incluindo sons que se assemelham à linguagem humana. Os machos possuem vocalização mais forte e grave que as fêmeas e a espécie doméstica costuma miar muito mais do que a selvagem, já que é a principal forma que eles têm de chamar a atenção de seus donos.
O miado é uma forma que os gatos criaram para comunicar com humanos. Em estado selvagem, gatos raramente miam, usando marcas odoríferas e arranhões para marcar território e avisar outros gatos de que estiveram ali.

Ronrono

O gato geralmente ronrona quando se encontra em um estado de calma, prazer ou satisfação. Entretanto, pode ronronar quando está se sentindo angustiado, aflito ou com dor. Ronrona na presença de outros gatos ou, se ainda filhotes, na presença da mãe - por exemplo. Existem muitas teorias que explicam a origem deste som, incluindo vibração das falsas cordas vocais quando inspiram ou expiram, o som do sangue circulando pela artéria aorta, ressonância direta nos pulmões, entre outras. Atualmente, acredita-se que o ronronar é o resultado de impulsos rítmicos produzidos por sua laringe. Quando um gato emite o característico som de satisfação, é possível sentir sua garganta vibrar. Dentro da garganta, juntamente com as cordas vocais, o gato possui um par de estruturas chamadas pregas vestibulares. Alguns pesquisadores acreditam que essas pregas vibram quando o gato ronrona.
No entanto, há quem diga que as pregas vestibulares nada têm a ver com a vibração da laringe, relacionada a esse ronronar. A origem então estaria em um aumento momentâneo na turbulência do sangue no sistema circulatório do gato. Esta turbulência seria mais intensa quando o sangue é desviado para uma veia excepcionalmente larga, situada no peito do animal. Quando os músculos à volta desta veia se contraem, as vibrações provocadas pela turbulência são amplificadas pelo diafragma, antes de subirem pela traqueia e ressoarem na cavidade sinusoidal. Essa vibração faz com que o gato libere endorfina, causando uma sensação instantânea de bem-estar. É evidente que o ronronar exige pouca energia por parte do animal, uma vez que os felinos podem produzir tal som por vários minutos consecutivos.

Outros sons

A maioria dos gatos bufa ou grunhe quando está em perigo. Alguns podem gorjear, quando observam uma presa ou expressando interesse a um objeto próximo. Quando esse som é dirigido a uma presa fora de alcance, não se sabe se é com a intenção de apresentar um barulho ameaçador, uma expressão de frustração ou para imitar o canto de uma ave (ou de uma presa da ave, como a cigarra). Recentemente, estudiosos do comportamento animal creem que este som é um "comportamento de ensaio", no qual o gato antecipa ou pratica como matar sua presa, já que o barulho usualmente acompanha um movimento da mandíbula similar ao que utilizam para matar a presa.

sábado, 19 de julho de 2014

Pato





 O pato, no sentido amplo, Lato sensu, é uma ave que pertence a famíliaAnatidae.
Em um sentido menos amplo, mas não Stricto sensu, é uma classe de tamanho definindo aves geralmente menores que os anserídeos (gansos e cisnes) e podem ser encontrados tanto em água doce como salgada. Os patos alimentam-se de vegetação aquática, moluscos e pequenos invertebrados e algumas espécies são aves migradoras.
Pode-se identificar os machos principalmente pela coloração diferente mais vistosa (visto que a grande maioria das espécies de patos tem dimorfismo sexual), e também por diferenças comportamentais. Algumas espécies de patos (quer selvagens, quer domesticadas ou criadas em cativeiro) são utilizadas pelo homem na alimentação, vestuário (as penas) e para entretenimento (caça).
O pato é um dos poucos animais da natureza que anda, nada e voa com razoável competência. É o único animal que consegue dormir com metade do cérebro e manter a outra em alerta. É dotado de perfeito senso de direção e comunidade.

Marreco.Anas platyrhynchos domesticus

É descendente do pato-real e foi domesticado na China. As principais raças são o Pequim, Rouen e Corredor Indiano,mas existem muitas outras.

Pato-mudo
É o pato-selvagem do Brasil, domesticado pelos indígenas da América do Sul. Não existem raças realmente definidas, mas existe uma linhagem comercial branca, desenvolvida na França, com rápido crescimento, usada na produção de carne.

Criação Marrecos (ou patos-marrecos) têm sido criados há milhares de anos, possivelmente a partir do sudeste da Ásia, e patos-mudos foram domesticados pelos indígenas na América do Sul, em data desconhecida, tendo sido encontrados já domesticados no descobrimento. Eles não são tão populares como a galinha, porque galinhas têm muito mais carne branca magra e são mais fáceis de manter confinadas, tornando o custo total muito menor para a carne de frango, ao passo que o pato é relativamente caro e aparece com menos frequência no mercado de alimentos e restaurantes na faixa de preço mais baixo. Os patos são criados para aproveitamento da carne e ovos em menos frequência. Podem ser mantidos ao ar livre, em gaiolas, em celeiros, ou em baterias. Para serem saudáveis, aos patos deve ser permitido o acesso à água, embora aos patos confinados seja muitas vezes negado isto. Eles devem ser alimentados com uma dieta de grãos e insetos. É um equívoco popular que os patos devam ser alimentados com pão, que tem valor nutritivo limitado e pode ser mortal quando administradas aos patinhos em desenvolvimento. Marrecos e, possivelmente, patos-mudos, devem ser monitorados para a gripe aviária, pois eles são especialmente propensos à infecção com o perigoso H5N1. As fêmeas de muitas raças de patos domésticos não são confiáveis na incubação de seus ovos e na criação de seus filhotes. Exceções notáveis incluem o marreco Rouen e especialmente o pato-mudo. Tem sido um costume em fazendas ao longo dos séculos colocar ovos de marreco em uma galinha choca para incubação; hoje incubadoras automáticas são usadas frequentemente. No entanto, patinhos jovens dependem da mãe para o fornecimento de óleo para torná-los à prova d'água, e uma galinha não produz tanto óleo como uma pata. Uma vez que o patinho cresce, as próprias penas produzirão óleo da glândula sebácea próxima à base da cauda.

GALINHA

Hoje vamos conhecer a galinha.
galinha e o galo são, respectivamente, a fêmea e o macho da espécie Gallus gallus domesticus de aves galiformes e fasianídeas. Os juvenis são chamados defrangos ou galetos, e os filhotes, de pintospintainhos (português europeu) ou pintinhos (português brasileiro). Estas aves possuem bico pequeno, crista carnuda e asas curtas e largas. A galinha tem uma enorme importância para o homem, sendo o animal doméstico mais difundido e abundante do planeta e uma das fontes de proteína mais baratas. Além de sua carne, as galinhas fornecem ovos. As penas também têm utilizações industriais. Segundo dados de 2003, há cerca de 24000 milhões de galinhas no mundo. Em alguns países da África moderna, 90% dos lares criam galinhas. As galinhas são aves omnívoras, tendo preferência por sementes e pequenos invertebrados.


As galinhas são uma importante fonte de alimento há séculos. As primeiras referências a galinhas domesticadas surgem em cerâmicas coríntias datadas do século VII a.C. A introdução desta ave como animal doméstico surgiu provavelmente na Ásia, de onde é nativo o galo-banquiva (Gallus  gallus). Os humanos iniciaram a domesticação de galinhas de origem indiana com a finalidade utilizá-las em briga de galos na Ásia, África e Europa, sendo dada pouca atenção à produção de carne ou ovos.1 Recentes estudos genéticos apontam para múltiplas origens maternas no sudeste, leste e sul da Ásia, sendo com o clado encontrado nas Américas, Europa, Oriente Médio e África originário do sub continente indiano. Apesar de os romanos terem desenvolvido a primeira raça diferenciada de galinhas, os registros antigos mostram a presença de aves selvagens asiáticas na China desde 1400 a.C.. Da Índia a galinha domesticada fez o seu caminho para a satrapia persa da Lídia no oeste da Ásia Menor; aves domésticas foram importadas para a Grécia no século V a.C. Galinhas eram conhecidas no Egito desde a Dinastia , como o "pássaro que dá à luz todos os dias" tendo chegado ao Egito da terra entre Síria e Sinar,Babilônia, de acordo com os anais da Tutmés III. Da Grécia Antiga, as galinhas espalharam-se pela Europa e os navegadores polinésios levaram estes animais em suas viagens de colonização pelo oceano Pacífico, incluindo a Ilha da Páscoa. A proximidade ancestral com o homem permitiu o cruzamento destinado à criação de diversas raças, adaptadas a diferentes necessidades.

Reprodução
Quando a galinha nasce, todos os óvulos que serão gerados ao longo de sua vida já estão armazenados no seu ovário, só que em tamanho microscópico, porém, é apenas na idade adulta que eles ficam prontos para a ovulação.

As aves se reproduzem, geralmente, durante a primavera e o início do verão. A galinha não depende do galo para produzir os ovos, porém a participação do galo é imprescindível para que ocorra a fertilização deles. O macho é o fornecedor de espermatozoides que precisam se fundir com os óvulos da fêmea para que ocorra a fecundação.
O ritual de acasalamento mais comum é um galo realizar uma especie de dança em torno da galinha, arrastando suas asas enquanto caminha em círculo ao redor da fêmea. Geralmente a galinha se afasta, então o galo a persegue e monta nela, para iniciar o processo de inseminação. Outro ritual envolve inteligência do galo. Ele atrai as galinhas para onde haja comida, cacarejando em um tom alto e, então, deixa que elas se alimentem primeiro. Enquanto elas estão ocupadas, o galo subitamente fica sobre a fêmea que escolheu para acasalar.
Os galos não têm um órgão reprodutor que se pareça com o pênis. Em vez disso, eles têm uma abertura chamada cloaca. O galo posiciona sua cloaca próxima à cloaca da galinha e deposita seu esperma em seu interior. Os espermatozoides do galo são muito resistentes e podem sobrevivem vários dias dentro da galinha. Nesse período, ela está fértil e os ovos podem originar pintinhos.
Dentro do ovário, a gema em desenvolvimento está presa por membranas denominadas folículos, que rompem-se quando a maturidade do óvulo é atingida. A gema, ou o óvulo, cai no infundíbulo (processo chamado de ovulação), onde permanece por, aproximadamente, 20 minutos e ocorre a fertilização, caso haja espermatozoides. No infundíbulo se forma a calaza, membrana espessa que protege a gema e que dará origem à clara.
Em seguida, o óvulo (não fertilizado) ou ovo fertilizado, continua o seu caminho para o magno, onde é envolvido por parte da clara em um tempo de, aproximadamente, duas ou três horas. Ao deixar o magno, o ovo segue para o istmo, última região do aparelho reprodutor antes do útero.
No istmo, é secreta as membranas queratinosa e fibrosa que compõem a membrana testácea encontrada na casca do ovo. Adiciona proteínas ao albume e pequena quantidade de água.
No útero ocorre a adição de grande quantidade de água. Dentro dele, o ovo recebe uma massa viscosa, secretada pela mucosa do órgão. Tal massa é a base para a formação da casca e se solidifica após ser preenchida por cristais de cálcio e carbono. Essa é a etapa de maior duração do processo. O ovo fica no útero por cerca de 20 horas. No útero também acontece a formação da cutícula do ovo.
Após esse período o ovo passa através de vagina. Para evitar que o ovo entre em contato com resíduos de fezes e de urina presentes na cloaca, a vagina se projeta para fora no momento da postura.
As galinhas chocam os ovos porque os embriões necessitam de calor para se desenvolver..
Para verificar se o ovo foi fertilizado, utiliza-se a ovoscopia. A partir do oitavo dia de incubação, é possível observar a existência de embrião com o uso de um feixe de luz. Nos ovos inférteis há passagem da luz, enquanto nos férteis forma-se uma sombra que indica a presença de embrião.

Referências Garrigus, W. P. (2007), "Poultry Farming". Encyclopædia Britannica. (em inglês

ABEF - Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frango (em português 
  • UBA - União Brasileira de Avicultura (em português)